JARINA – Phytelephas macrocarpa Ruiz et Pav.


* Pamella K. C. do Nascimento

TAXONOMIA
CLASSE: Liliopsida;
ORDEM: Arecales;
FAMÍLIA: Arecaceae;
NOMES COMUNS: Jarina, jarine, coco-jarina, corozo;

DESCRIÇÃO
ALTURA: 1,5 A 2 metros;
TRONCO: 30 centímetros, acaule, ocasionalmente cespitoso;
CASCA: coberto por bainhas de folhas persistentes no ápice;
FLOR: amarela-creme, perfumada;
FRUTO: drupa globosa, com 9 frutos concrescentes, marrom-cinza;

BIOLOGIA REPRODUTIVA
FLORAÇÃO: agosto a setembro;
FRUTOS MADUROS: maio a outubro;
DISPERSÃO: zoocórica;
SEMENTE/KG: 40 unidades;
GERMINAÇÃO: 65% a 96%
PRODUÇÃO DE MUDAS: após a seca natural das sementes (4 semanas a 4 meses), dispor as mesmas em canteiros, com substrato rico em matéria orgânica em local com 50% de sombreamento e irrigar diariamente;
EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: até 4 anos;
PLANTIO DEFINITIVO: não se tem informação.

INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA
É uma espécie perenifólia e esciófita que se desenvolve espontaneamente nas planícies de inundação, destacando-se os rios Purus, Juruá e seus afluentes. É típica de lugares úmidos, habitando socialmente no interior da terra firme, na sombra das árvores altas e em lugares frescos.
A germinação é lenta, ocorrendo em 3 ou 4 anos, no entanto, em cultivo de quintal na cidade de Rio Branco, Acre, observou-se que a semente germinou em um ano. A frutificação ocorre a partir do sétimo ano. Seus frutos são muito apreciados pela fauna.
A semente da jarina apresenta vantagens em relação a outras palmeiras, pois é de fácil manuseio e não quebra, sendo preferida pelos artesãos para confecção de biojóias, um mercado que cresce 20% ao ano. Vem daí sua denominação comercial de Marfim-vegetal. O mesocarpo do fruto maduro é consumido in natura, tendo sabor doce e aroma agradável. As folhas são empregadas para coberturas de casas e para tecer cinturões e cestos. Também é utilizada na pele contra picadas de insetos e o endosperma imaturo, no estado líquido é usado para controlar a diabete.

DISTRIBUIÇÃO
Ocorre no Estado do Acre, Amazonas e Rondônia.
Na mata ciliar do rio Acre é encontrada no município de Rio Branco (com maior IVI-Mata Ciliar).

REFERÊNCIAS

FERRAZ, P. A. Germinação, desenvolvimento da plântula, variabilidade genética, morfoanatomia e mobilização de reservas em sementes de jarina (Phytelephas macrocarpa Ruíz & Pavón). 2017. 85 p. Tese (Doutorado em Ciências Florestais Tropicais) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, 2017.

Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 23 Jul. 2019.

*Engenheira Florestal graduada pela Universidade Federal do Acre.

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