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Mostrando postagens de setembro, 2024

Autoridade Climática pode substituir o Ministério do Meio Ambiente no combate ao desmatamento da Amazônia

* Ecio Rodrigues Não é de hoje, mas tudo indica que os entraves na gestão do Ministério do Meio Ambiente são insuperáveis para a atual composição de gestores nomeados pelo governo federal. Encontrar uma solução não é tarefa fácil e a ideia de um órgão, até agora denominado de maneira equivocada de Autoridade Climática, parece ser um dos caminhos mais apropriados. O imbróglio pode ser resumido mais ou menos assim. O apelo internacional e o apoio nacional recebido pelos atuais gestores do Ministério do Meio Ambiente, MMA, pelo movimento ambientalista paulista e sulista, por razões um tanto inexplicáveis, impossibilita uma demissão generalizada. Dado que mudar a cúpula do MMA, como aconteceu, por exemplo, na pasta de Direitos Humanos recentemente, se mostra impraticável do ponto de vista político, o jeito seria criar outro órgão. Acontece que todos sabem com elevada segurança que os gestores ambientais atuais do governo federal não vão conseguir no curto ou até médio prazo, ad...

A economia de baixo carbono na COP29 em Baku

* Ecio Rodrigues Vários consensos foram fechados nas 28 rodadas anteriores das Conferencias das Partes, ou COP no jargão dos diplomatas, realizadas nos últimos 32 anos, desde a inesquecível Eco92, que aconteceu no Rio de Janeiro, em 1992. Os mais apressados, por sinal, acreditam que os avanços não são proporcionais à emergência da crise ecológica decorrente do aquecimento do planeta, porém todos deveriam concordar que mudar a economia de um país não é tarefa simples. Um dos consensos mais importantes diz respeito ao reconhecimento de que existe a crise. O planeta está realmente aquecendo e a responsabilidade reside no modelo de desenvolvimento adotado mundo afora que se baseia, sobretudo, no uso excessivo de combustíveis fósseis. Desde o início do século passado que a economia planetária foi ancorada na extração de petróleo e se consolidou em todos os países, independente de sistema político e regime de governo, de capitalismo ou comunismo. No frigir dos ovos os aproximados 1...

Queimada não é crime e tem razão econômica, estúpido!

 * Ecio Rodrigues Frase famosa na política americana afirma que vencer a eleição depende de várias coisas pontuais e sempre da economia, por isso o estúpido! Guardando necessário distanciamento o mesmo vale para resolver o problema das queimadas na Amazônia posto que a razão é econômica. Não existe queimada criminosa com algum significado estatístico. A ocorrência de queimada em mais de 90% dos casos é intencional e, o mais importante, um direito do produtor que queima. Trata-se de uma prática agrícola nefasta, mas que é usada de maneira constante e a mais de 100 anos para limpar e adubar o solo. A terra queimada, igualmente em mais de 90% dos casos, será usada de maneira direta ou indireta na pecuária extensiva para cultivar capim e criar boi solto no pasto. Esse ponto é muito importante para entender as causas da fumaça que coloca em risco a vida urbana no Acre, por exemplo. Repetindo, não é crime e as queimadas possuem amparo legal e, o mais óbvio para entender, uma razão econôm...

Explicação sobre fumaça no Acre está na Expoacre

  * Ecio Rodrigues Quase ninguém. Bem poucas pessoas conseguem fazer a ligação entre a feira agropecuária conhecida por Expoacre com a quantidade de fumaça em constante elevação no Acre. Primeiro, cabe aqui um esclarecimento importante. Existe uma diferença enorme entre o agronegócio da produção de grãos, a soja, por exemplo, que é realizado em Rondônia e todos os lugares até o Rio Grande do Sul, com elevada tecnologia e sementes melhoradas, com a criação de boi solto no pasto. No primeiro caso, não se fala no uso do fogo para preparar o solo onde será cultivada a soja e o milho, no processo de rotação indicado pela reconhecida Embrapa. Muito diferente do segundo caso, em que a aração, gradação e plantio mecanizado de capim para suportar um boi em cada dois hectares usa e, em certas propriedades, depende do uso do fogo. Cabe outro esclarecimento aqui. O uso do fogo é amparado pela legislação. Isto é, o produtor tem direito a colocar fogo nas montanhas de restos de gal...

Dinamarca taxa o arroto do boi para incentivar mercado de carbono

* Ecio Rodrigues Enquanto pelo lado de cá a criação extensiva de gado na Amazônia é incentivada com crédito subsidiado oferecido por bancos estatais como o Basa, a Dinamarca decidiu taxar o boi. Para aqueles que não acompanham os detalhes que envolvem a incapacidade do governo federal para reduzir a área de florestas que todos os anos, sem interrupção, é desmatada na Amazônia vale uma pequena e rápida explicação. Primeiro ponto importante. O mapeamento da área desmatada até 2023 não deixa dúvida de que a criação extensiva de boi ocupa em média 80% do solo em que as árvores são substituídas por capim, chegando a mais de 90% em locais como o Acre. Segundo ponto importante. Não existe predominância de pequena ou grande propriedade, a pecuária extensiva ocupa todos os estabelecimentos rurais na Amazônia sem distinção, sendo que a quantidade de pequenos criadores de boi solto no pasto pode chegar a dez vezes mais que a quantidade de grandes estabelecimentos rurais. Terceiro po...