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Mostrando postagens de abril, 2024

Desmatamento não é problema para os nove governadores da Amazônia

  * Ecio Rodrigues           Reunidos em Rio Branco no Acre em sua 27ª edição, de 2024, o Fórum de Governadores da Amazônia terminou dia 12 de abril último, sem que em nenhum momento se pronunciasse ou escrevesse a palavra “desmatamento”. Não é de hoje que os governadores e os prefeitos, eleitos e com mandato no Poder Executivo dos nove estados amazônicos, se negam a reconhecer a destruição da floresta como o principal, senão único, entrave real para a economia, desenvolvimento e a efetiva ocupação produtiva da região. Preferindo expressões genéricas do tipo: conquista do desenvolvimento sustentável , em busca da sustentabilidade , ou as mais modernas enfrentamentos dos eventos climáticos extremos , os gestores municipais e estaduais discursam e conseguem ludibriar jornalistas pouco preparados evitando, assim, colocar o dedo na incurável ferida do desmatamento. Em um documento sofrível intitulado “Carta de Rio Branco” (que deve f...

Fim do Florestania no Acre: Bancos apoiaram a saída pela floresta

  * Ecio Rodrigues Usando a tese do Triangulo de Governo, concebida na década de 1970 pelo chileno Carlos Matus, para analisar a guinada política ocorrida no Acre em 2018, percebe-se que o vértice da Capacidade de Governo, da Governabilidade e do Projeto de Governo não avançaram em equilíbrio. Acontece que, como analisado em artigos anteriores, o Projeto Florestania optou pela generalidade sendo omisso em decidir entre o apoio ao agronegócio da pecuária extensiva ou ao uso econômico da biodiversidade florestal como referência para o modelo de desenvolvimento. Sem contar com a orientação e determinação dos líderes políticos que conquistaram cinco sucessivos mandatos eleitorais, o embate biodiversidade versus pecuária no Projeto Florestania foi vencido no momento da execução segundo o pensamento de cada equipe de técnicos que atuava em órgãos distintos. No conhecido salve-se quem puder, em um primeiro momento a maior parte dos especialistas atuou de modo a promover a força e...

Acre será ponto cego nas Rotas de Integração do Mercosul

* Ecio Rodrigues Poucos se deram conta, mas tudo indica que as estatísticas atuais de produção do agronegócio do Acre bem como suas projeções para os próximos 20 anos, não se mostraram atrativas para justificar investimentos na integração regional. Nada mais compreensível que a sociedade acreana se distancie do debate, complexo diga-se, sobre o processo de integração da economia estadual na região amazônica e, por óbvio, com os países fronteiriços. Entretanto não há justifica para que os gestores de governo e os políticos com mandato na Assembleia Legislativa e no Congresso Federal (deputados e senadores), não se envolvam na definição das obras para a logística que irá promover a integração econômica com o Peru e a Bolívia, por exemplo. Na expressão “ponto cego” do título reside a definição mais acertada sobre o destino da economia no Acre, uma vez que o Mercosul aprovou cinco Rotas de Integração comercial que, em um olhar mais aproximado, coloca a economia estadual e uma situa...

Europa não comprará carne de área desmatada na Amazônia após 2020

  * Ecio Rodrigues Em uma decisão aplaudida pelos ambientalistas a União Europeia aprovou o marco temporal do desmatamento de florestas, quando realizado para produção de comodities do agronegócio. Pela nova normatização, não entrará no mercado europeu produtos, sobretudo carne bovina e soja, oriundos de países em que as áreas de florestas usadas para o cultivo tenham sido desmatadas após dezembro de 2020. Por mais que pareça superficial a regra possui extrema facilidade de aplicação, em comparação com o clássico e complexo rastreamento da cadeia produtiva, posto que a comprovação do ano em que se deu o desmatamento pode ser feita com simples observação de imagens de satélites disponíveis e de baixíssimo custo em todos os países. Embora a regra seja válida para importações de todos os continentes o recado para os produtores localizados na Amazônia parece bastante claro. Mesmo que a participação dos europeus na exportação do agronegócio brasileiro não chegue a 20%, decerto...