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Mostrando postagens de setembro, 2022

Futuro do Acre em duas eleições decisivas: 1998 e 2018

  * Ecio Rodrigues No Acre as campanhas para governador costumam ser avaliadas segundo 3 variáveis: quantidade e peso dos partidos participantes da coligação; apoio da máquina governamental; e, obviamente, a força demonstrada pelo próprio candidato. As duas primeiras dizem respeito à disponibilidade de recursos financeiros e humanos. Por sua vez, a terceira se refere ao carisma e ao prestígio do candidato, algo que, exceto nos casos de reeleição, só é possível aferir depois de iniciada a campanha. Em raras ocasiões o plano de governo apresentado pelos postulantes é levado em consideração. Não dá para afirmar de maneira categórica, mas isso provavelmente aconteceu em 1998 e 2018. Em 1998, um candidato de oposição cujo carisma já havia sido comprovado nas urnas conseguiu a façanha de formar uma ampla coligação e vencer as eleições. Ainda que, mais uma vez, não existam estudos a respeito, a defesa de uma saída econômica (para o estado) por meio da exploração sustentável da b...

Política e queimada zero no Acre

  * Ecio Rodrigues Muitos ainda se perguntam, mas não há dúvida as duas maiores tragédias ambientais da Amazônia são o desmatamento e a queimada. No Acre, por exemplo, além dos entraves ao crescimento econômico desmatar e queimar comprometerá, no curto prazo, o fornecimento de água para os mais de 80% da população e as empresas localizadas em área urbana, sobretudo na capital Rio Branco. Nunca é demais repetir, a escassez ou fartura de água significa fracasso ou sucesso, nessa ordem, de empreendimentos instalados no setor primário, secundário e terciário da economia. Reconhecer que o licenciamento ambiental que libera o produtor rural para continuar queimando todos os anos coloca um limite ao crescimento econômico do Acre é crucial para solucionar o problema. A pergunta repetida às tantas pode ser resumida assim: É possível produzir no Acre sem queimar? E a resposta, igualmente repetida pelos pesquisadores da conceituada Embrapa: Claro que SIM! Alguns, contudo, vão aleg...

Queimadas e eleições

  * Ecio Rodrigues Todo produtor rural no Acre sabe que o pasto deve ser queimado em setembro, de preferência em torno do – ou no próprio – dia 5, o “Dia da Amazônia”. É que depois da primeira semana de setembro o risco de chuva aumenta, e basta chuviscar para comprometer o resultado esperado – isto é, transformar o capim ou os restos do desmatamento no adubo das cinzas. Embora recebida todo ano com surpresa por uma imprensa de pouca memória, a temporada das queimadas no Acre acontece desde sempre. E a despeito de as medições do Inpe terem se iniciado em 1988 – há 34 anos, portanto –, nunca nenhuma medida de controle efetivo e decisivo chegou a ser tomada por nenhum governo estadual. Nos últimos 5 meses os pecuaristas no Acre queimaram mais que a média dos últimos 34 anos, e neste mês a média foi superada mais cedo, no dia 10. Vivemos assim mais um setembro cinza. Novamente a fumaça tomou o céu do Acre, abafando ainda mais o clima, elevando o calor ao limite do insuportáv...

Na Amazônia, política florestal não é prioridade para candidatos

  * Ecio Rodrigues Todos os nove candidatos aos governos estaduais na região amazônica prometem monitorar e controlar o desmatamento e as queimadas por meio do investimento público, exorbitante diga-se, em fiscalização. Em contrapartida, nenhum candidato ou governador no exercício do mandato discute uma política florestal estadual capaz de oferecer uma alternativa de renda que convença o produtor rural a deixar de investir seu dinheiro e trabalho na pecuária. Por óbvio, o discurso da fiscalização agrada mais os eleitores que a complexa possibilidade de tornar a criação extensiva de boi menos competitiva ou oferecendo pouco lucro para o investimento privado. E, todos sabem, que os políticos prometem o que o eleitor espera ouvir. A conclusão é simples, somente quando a sociedade entender que o aparato de fiscalização é caro, pouco eficiente e incapaz de resistir à corrupção não haverá saída, a política florestal jamais será alçada à condição de prioridade para a intervenção d...