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Mostrando postagens de outubro, 2019

AÇAÍ-SOLTEIRO – Euterpe precatoria M.

* Pamella K. C. do Nascimento TAXONOMIA CLASSE: Liliopsida; ORDEM: Arecales; FAMÍLIA: Arecaceae; NOMES COMUNS: açaí-solteiro, açaizeiro, açaí-solitário, açaí do amazonas, açaí de terra firme; DESCRIÇÃO ALTURA: 20 metros; TRONCO: 20 centímetros de diâmetro; CASCA: acinzentada e lisa; FLOR: violeta-creme; FRUTO: globoso, cor roxa-escura; BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: janeiro a março; FRUTOS MADUROS: julho a dezembro; DISPERSÃO: zoocórica; SEMENTE/KG: 700 a 800 unidades; GERMINAÇÃO: 66% a 80% PRODUÇÃO DE MUDAS: com as sementes recém despolpadas, colocar de 2 a 3 sementes em sacos de polietileno, com substrato rico em matéria orgânica, em local semi-sombreado e irrigar diariamente; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 10 a 20 dias; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 50 a 60 centímetros. INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie perenifólia e esciófita, de clima tropical quente e úmido. Pode crescer em solos pobres e ácidos, desenvolvendo-se b...

Para o Brasil, negar aquecimento global é estupidez

* Ecio Rodrigues Durou 4 meses a tosca façanha ensaiada por dois senadores bastante desinformados a respeito da realidade amazônica e dos compromissos assumidos pelo Brasil perante o Acordo de Paris, que pretendiam acabar com as áreas de reserva legal nas propriedades rurais. Apresentado em 16 de abril e retirado pelos autores em 16 de agosto último, o Projeto de Lei n° 2362/2019 destinava-se a revogar o art. 12 (e seguintes) do Código Florestal, que obriga que uma determinada porcentagem (que na Amazônia corresponde a 80%) da área total de cada imóvel rural deve ser mantida com sua cobertura vegetal original, sendo ali permitida exclusivamente a exploração florestal e proibido o uso agropecuário. Ainda que o projeto tenha possibilitado 15 minutos de fama a seus obscuros proponentes, foi categoricamente desaprovado, como era de se esperar, no primeiro e único teste de aceitação pública a que foi submetido: exatos 129.230 cidadãos acessaram o portal do Senado para rejeitá-lo, co...

CARNAUBINHA – Copernicia prunifera (Miller.) H. E. Moore

* Pamella K. C. do Nascimento TAXONOMIA CLASSE: Liliopsida; ORDEM: Arecales; FAMÍLIA: Arecaceae; NOMES COMUNS: carnaubinha, carnaúba, carnaíva, carandaúba; DESCRIÇÃO ALTURA: 10 a 15 metros; TRONCO: 10 a 25 centímetros de diâmetro; CASCA: acinzentada, parte em formato de espiral e outra lisa; FLOR: cor creme, dispostas em espigas ralas; FRUTO: ovóide, verde-escuro; BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: julho a outubro; FRUTOS MADUROS: novembro a março; DISPERSÃO: quiropterocórica (morcegos); SEMENTE/KG: 380 unidades; GERMINAÇÃO: 96% PRODUÇÃO DE MUDAS: após tratamento pré-germinativo, dispor as sementes para germinar em canteiros semi-sombreados, contendo substrato organo-arenoso e irrigar diariamente; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 120 dias; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 6 a 7 meses. INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma palmeira perenifólia e heliófita. Vegeta socialmente, isto é, em populações puras ao longo de rios e vales, suportando al...

Despreparo do governo potencializa desastre do piche no Nordeste

* Ecio Rodrigues Desde o final de agosto, ou há 55 dias, algumas praias paradisíacas do Nordeste brasileiro estão sendo invadidas por bolhas de piche oriundas do mar aberto. Jornalistas pautados por escândalos de corrupção deram pouca ou nenhuma atenção ao desastre que se avizinhava. Enquanto isso, começaram a surgir fotos de pássaros, golfinhos e tartarugas marinhas mortos pelo resíduo de petróleo, deixando os nordestinos estarrecidos. Em tempos de redes sociais, as fotos ganharam o país e sensibilizaram a população brasileira. Diante da morte sofrida dos animais e da inoperância do governo federal, o piche no mar do Nordeste foi, repentinamente, alçado à condição de maior tragédia ambiental nacional. Sempre é bom lembrar que esse grotesco ranking, tão apreciado por setores panfletários e desinformados da imprensa, começou com a lama de Mariana e desconsidera, por suposto, o desmatamento da Amazônia. Voltando ao piche. Para os que preferem analisar a informação, ao invés...

OURICURÍ – Attalea phalerata Mart. Ex Spreng.

* Pamella K. C. do Nascimento TAXONOMIA CLASSE: Liliopsida; ORDEM: Arecales; FAMÍLIA: Arecaceae; NOMES COMUNS: ouricurí, uacuri, acuri, coqueiro-acuri, urucuruzeiro; DESCRIÇÃO ALTURA: 10 a 15 metros; TRONCO: 70 a 80 centímetros de diâmetro; CASCA: acinzentada, com folhas velhas persistentes; FLOR: disposta em espiral, amarelada a creme; FRUTO: ovóide, castanho-desbotado, epicarpo liso; BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: janeiro a maio; FRUTOS MADUROS: outubro a dezembro; DISPERSÃO: zoocórica; SEMENTE/KG: 88 unidades; GERMINAÇÃO: 58% PRODUÇÃO DE MUDAS: após tratamento pré-germinativo, dispor as sementes para germinar em sacos de polietileno, contendo substrato peneirado e irrigar 2 vezes por dia; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 30 dias; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 60 dias. INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma palmeira encontrada em vários tipos florestais, de terras baixas a altitudes superiores a 1000 m nos Andes, tais como florestas ...

Da crítica à industrialização ao Acordo de Paris

* Ecio Rodrigues Diversos autores, em especial a partir da década de 1950, se preocuparam em expor as externalidades decorrentes da industrialização – modelo que, impulsionado pela energia fornecida pelo petróleo, estava em franca expansão no mundo. Esses autores se surpreenderam com o surgimento e a força do movimento ecologista, então caracterizado por acentuado viés sociológico, impregnado que era pelas denúncias relacionadas às precárias condições de trabalho impostas nas fábricas. Entre eles, o alemão Hans-Magnus Enzensberger, em seu brilhante ensaio “Contribución a la Crítica de la Ecologia Política”, publicado em 1976 pela Universidade Autônoma de Puebla, no México, delineia com clareza o conflito que contrapõe a ótica sociológica à ambiental. Para Enzensberger , a ecologia passou por profunda mudança conceitual desde sua definição pelo biólogo alemão Ernst Haeckel, em 1868, como uma subdisciplina da zoologia – na medida em que deixa de meramente descrever a relação d...

JACI – Attalea butyracea (Mutis ex. L. F.) Gaertn.

* Pamella K. C. do Nascimento TAXONOMIA CLASSE: Liliopsida; ORDEM: Arecales; FAMÍLIA: Arecaceae; NOMES COMUNS: Jaci, aricuri, uricuri shapaja, conta; DESCRIÇÃO ALTURA: 8 a 18 metros; TRONCO: 45 a 90 centímetros de diâmetro; CASCA: acinzentada, com folhas velhas persistentes; FLOR: disposta em espiral, amarela a creme; FRUTO: ovóide, epicarpo liso castanho-desbotado; BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: junho a setembro; FRUTOS MADUROS: junho; DISPERSÃO: zoocórica; SEMENTE/KG: 88 unidades; GERMINAÇÃO: 13% PRODUÇÃO DE MUDAS: após tratamento pré-germinativo, dispor as sementes para germinar em sacos de polietileno contendo substrato peneirado e irrigar 2 vezes por dia; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 30 dias; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 2 meses. INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma palmeira encontrada em vários tipos florestais, de terras baixas à altitudes superiores a 1000 m nos Andes, tais como florestas de terra firme, bosque primário, ...

Titulação de terras na Amazônia fracassa em 2019

* Ecio Rodrigues Desde que assumiu, em janeiro último, o governo faz vítimas em seus arroubos intervencionistas nos órgãos públicos federais, sempre sob o pretexto de melhorar a eficiência da gestão. Foi assim quando substituiu a diretoria do ICMBio por militares – e também quando, sob a insana alegação de que o Inpa publicava dados para agradar ONGs ambientalistas, trocou o respeitado cientista que ocupava a presidência desse reconhecido instituto por um comandante da Aeronáutica. Agora, a bola da vez foi o Incra. Tal como nos casos anteriores, chamam a atenção as razões para justificar a intervenção – todavia, dessa vez os militares (que já haviam sido colocados lá) são os exonerados: o presidente, um coronel do Exército, e toda a diretoria, integrada por oficiais de alta patente. Criado em 1970, durante o auge do regime militar, ao Incra foi atribuída a responsabilidade pela implementação da reforma agrária, mediante a consumação de 3 medidas principais, nessa ordem: desapr...

MURMURU – Astrocaryum murumuru Mart.

* Pamella K. C. do Nascimento TAXONOMIA CLASSE: Liliopsida; ORDEM: Arecales FAMÍLIA: Arecaceae; NOMES COMUNS: murmuru, murumuru, muru-muru, murumuru-da-várzea; DESCRIÇÃO ALTURA: 1,5 a 15 metros; TRONCO: 10 a 30 centímetros de diâmetro; CASCA: recoberta por espinhos pretos; FLOR: disposta em cachos, amarela a amarela-alaranjada; FRUTO: obovóides, castanho-avermelhado; BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: maio a dezembro; FRUTOS MADUROS: julho a dezembro; DISPERSÃO: zoocórica; SEMENTE/KG: 50 unidades; GERMINAÇÃO: 70% PRODUÇÃO DE MUDAS: quebrar o endocarpo para extrair a semente e mantê-la imersa em água morna, com troca diária da mesma. Após isso, dispor as sementes em canteiros semi-sombreados, com substrato peneirado e irrigar 2 vezes por dia; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 51 a 219 dias; PLANTIO DEFINITIVO: plântulas com 4 a 5 folhas. INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É pioneira em florestas de várzea e de leito de rio, que são inundadas ...