PEC que derruba licenciamento ambiental para obras é debatida no Acre
Em tramitação no Congresso Nacional, a
Proposta de Emenda à Constituição 65/2012, conhecida popularmente como PEC da
Devastação, visa derrubar a obrigatoriedade de apresentação do licenciamento
ambiental para obras públicas.
De acordo com
o texto, se o empreendedor apresentar um simples Estudo de Impacto Ambiental
(EIA), nenhuma obra poderá mais ser suspensa ou cancelada.
Com o
propósito de ampliar o debate sobre o assunto, os Ministérios Públicos Federal
e Estadual (MPF/AC e MPAC) realizaram na manhã desta sexta-feira, 10, uma
audiência pública, que contou com a participação de pesquisadores, sociedade
civil e gestores da Universidade Federal do Acre (Ufac), Secretaria de Meio
Ambiente (Sama), Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), Instituto de
Mudanças Climáticas (IMC), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), entre outros.
Também
participaram do debate público os senadores acreanos Jorge Viana e Sérgio
Petecão, e os deputados federais Raimundo Angelim e Léo de Brito.
A mesa de
abertura foi mediada pelo procurador da República Marino Lucianelli e pela
procuradora de Justiça Patrícia Rêgo.
De autoria do
senador rondoniense Acir Gurgacz, e relatada pelo senador mato-grossense Blairo
Maggi, a PEC 65/2012 foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania do Senado Federal. Na prática, o projeto significa o fim do
licenciamento ambiental, que avalia se um empreendimento é viável ou não de
acordo com impactos socioambientais que pode gerar.
No Acre, o
governo do Estado se manifesta contra o projeto. “Essa é proposta de alteração
da Constituição muito severa. Estamos nos manifestando no sentido de ressachar
esse procedimento, que não só inviabiliza o licenciamento ambiental, mas
principalmente abre para o empreendedor uma competência que é do Estado”,
ressalta o diretor-presidente do Imac, Paulo Viana.
Segundo o
procurador da República, Marino Lucianelli, a proposta da audiência é dar
publicidade ao assunto. “A PEC 65/2012 elimina o licenciamento ambiental.
Ela também não permite o acesso ao Poder Judiciário em caso de
descumprimento das normas ambientais. Dessa maneira, o MPF entende que, caso
aprovada e proposta, aumentará e muito os riscos de desastres ambientais”,
frisou.
Para o
vice-presidente do Senado Federal, Jorge Viana, a emenda é inconstitucional.
“Essa proposta vai de encontro à legislação, não permitindo mais a proteção do
meio ambiente. Isso é muito grave. Não pode haver atraso de obras? Não pode.
Mas só não atrasa a obra aquela que cumprir a lei, que não põe as pessoas em
risco e o meio ambiente. Nós precisamos aperfeiçoar a legislação e não piorar”,
afirmou o senador.
Notícias do Acre 10.06.2016 Por Maria Meirelles " PEC que derruba licenciamento ambiental para obras é debatida no Acre "
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