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Mostrando postagens de novembro, 2022

Na COP 27 mercado de carbono foi prioridade

* Ecio Rodrigues Os mais de 190 países reunidos em Sharm El Sheikh, no Egito, durante a COP 27, que terminou na última sexta-feira (18/11), deram passos importantes para a superação de um antigo obstáculo, relacionado à oferta de recursos financeiros. Não importando a finalidade desses recursos – mitigação de desastres como secas e inundações ou redução do petróleo na geração energética –, em vista dos altos custos envolvidos, as negociações sempre emperraram diante da pergunta: quem vai pagar a conta? O debate contrapôs as nações desenvolvidas, que lançam carbono na atmosfera desde a revolução industrial (final do século XVIII), sendo hoje as maiores responsáveis pelo aquecimento do planeta, àquelas em processo de industrialização, cujas emissões aumentaram nos últimos 50 anos. No decorrer dessa longa e complexa discussão, muitos avanços aconteceram, e as dúvidas foram se dissipando. Atualmente todos os países acatam o alerta dos cientistas quanto às catástrofes causadas pela ...

COP 27 será decisiva para mercado internacional de carbono

  * Ecio Rodrigues É bem provável que o principal avanço da vigésima sétima Conferência das Partes, ou COP 27, da Convenção do Clima assinada na Conferência da Organização das Nações Unidas ocorrida no Rio de Janeiro em 1992, seja a efetivação do mercado internacional de carbono. Há elevada expectativa em relação ao que acontecerá no Egito até dia 18 de novembro de 2022, uma vez que o último relatório do painel composto por mais de 3.000 cientistas de todo mundo (IPCC da sigla em inglês) foi categórico ao afirmar a gravidade da crise ecológica. Pode parecer, para aqueles que não acompanham as discussões acerca do aquecimento global, que os políticos, de maneira proposital ou não, são lentos na tomada de decisão sobre ações mais drásticas para conter a elevação da temperatura do planeta. Contudo, todos devem concordar que são negociações por demais complexas. A história do pacto climático mundial tem início na reunião da ONU em Estocolmo, em 1972, avançou muito na Rio 92, em...

Dinheiro da cooperação internacional voltará à Amazônia em 2023

  * Ecio Rodrigues Desde a década de 1980, países europeus, instituições financeiras e outras organizações mundiais passaram a doar expressivas somas de dinheiro ao Brasil, com o objetivo de zerar o desmatamento na Amazônia e viabilizar a exploração sustentável do ecossistema florestal. O avanço observado nas reservas extrativistas a partir de 1988, quando o Incra criou no Acre o primeiro PAE (projeto de assentamento extrativista) numa área de 41.000 hectares, dá uma boa medida da importância desse sistema de cooperação e dos resultados alcançados. Acontece que o investimento financeiro proveniente do orçamento público sempre foi tímido, no que respeita ao desafio de fomentar alternativas produtivas baseadas na biodiversidade florestal e que, desse modo, dependem do fim do desmatamento. Por seu turno, a cooperação internacional nunca se absteve de priorizar esse tipo de iniciativa. As duas primeiras reservas extrativistas criadas no país (Chico Mendes e Alto Juruá), també...