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Mostrando postagens de maio, 2020

LARANJINHA – Casearia gossypiosperma Briq.

* Pamella K. C. do Nascimento TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Malpighiales; FAMÍLIA: Flacourtiaceae/Saliaceae; NOMES COMUNS: laranjinha, cambroé, pau-de-espeto, espeteiro; DESCRIÇÃO ALTURA: 10 a 20 metros; TRONCO: 50 a 90 centímetros; CASCA: acinzentada, rajada com cinza-escuro, áspero, espesso; FLOR: branca e creme; FRUTO: globoso, amarelo; BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: final de setembro a outubro; FRUTOS MADUROS: outubro a novembro; DISPERSÃO: ornitocórica (aves); SEMENTE/KG: 84.000 unidades; GERMINAÇÃO: 10% a 50%; PRODUÇÃO DE MUDAS: dispor 2 a 3 sementes, logo que colhidas, em canteiro ou recipientes individuais, com substrato organo-argiloso, cobri-las com uma camada fina do substrato peneirado e irrigar diariamente; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 15 a 30 dias ; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 3 a 4 meses . INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita ou esciófita, decídua e pioneira, indiferente quanto às condi...

Água, florestas e desmatamento na Amazônia

* Ecio Rodrigues Há uma premissa relacionada aos recursos hídricos que os gestores públicos costumam tratar com indiferença: a quantidade de água existente no planeta é invariável. Vale dizer, a despeito da mudança de estado físico – como nos ensinou a professora lá atrás, no ensino fundamental –, o somatório de água líquida, gasosa e congelada será sempre o mesmo. Por isso, a disponibilidade desigual da água no mundo ou sua migração entre países, pelos chamados rios voadores, já é causa de disputas em alguns continentes. Água não se forma nem se desintegra. Essa constatação deveria ser assumida como diretriz principal para subsidiar as discussões sobre o uso desse recurso, pois se assim é – e a ciência não deixa dúvida –, o propósito maior, em âmbito local, deveria ser o de manter a quantidade de água existente no sistema hidrológico. Para tanto, as florestas são peça-chave. O Brasil é privilegiado por contar com a Amazônia, uma das regiões com maior disponibilidade de águ...

CABELO-DE-COTIA – Banara nítida Spruce ex Benth.

* Pamella K. C. do Nascimento TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Malpighiales; FAMÍLIA: Flacourtiaceae/Saliaceae; NOMES COMUNS: cabelo-de-cotia; DESCRIÇÃO ALTURA: 15 a 25 metros; TRONCO: 30 a 60 centímetros; CASCA: lisa, com algumas cicatrizes lineares protuberantes, pardo-acinzentada; FLOR: solitária, amarela; FRUTO: cápsula, amarela; BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: novembro a fevereiro; FRUTOS MADUROS: março a maio; DISPERSÃO: anemocórica; SEMENTE/KG: 70.000 a 142.000 unidades; GERMINAÇÃO: 50% a 70%; PRODUÇÃO DE MUDAS: após tratamento pré-germinativo, dispor as sementes em canteiros ou recipientes individuais, a pleno sol, com substrato organo-arenoso, cobri-las com uma camada fina do substrato peneirado e irrigar 2 vezes ao dia; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 18 a 30 dias ; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 3 a 5 meses . INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita ou esciófita, semidecídua e pioneira, característica d...

Queimadas em tempos de pandemia

* Ecio Rodrigues Enquanto hotéis, restaurantes, cinemas e inúmeras outras atividades econômicas derretem por causa da pandemia (veja bem, por causa da pandemia , e não da quarentena), tudo indica que o agronegócio, que representa quase metade do PIB brasileiro, felizmente não está sendo afetado.   Se por um lado a contribuição do forte agronegócio nacional representa um alento para reduzir a derrocada na economia, por outro, a pandemia trará uma situação sui generis para o monitoramento das queimadas na Amazônia. Ocorre que a atividade agropecuária na região investe, sem cerimônia, na técnica rudimentar da queimada, na condição de um dos principais instrumentos para aumento da produção. Não o agronegócio exportador de soja, mas a pecuária extensiva de gado, bem menos profissional e rentável, contribui significativamente com o volume de fumaça que todos os anos é lançado nos céus amazônicos durante a estação seca .   Segundo indicam os levantamentos do Inpe, nos úl...

CEREJEIRA – Torresea acreana Ducke., Amburana acreana

* Pamella K. C. do Nascimento TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Fabales; FAMÍLIA: Fabaceae; NOMES COMUNS: cerejeira, amburana, imburana; DESCRIÇÃO ALTURA: 30 a 40 metros; TRONCO: até 150 centímetros; CASCA: fino ritidoma, esfolia-se em grandes placas vermelha-ferrugínea que, após a renovação, torna-se rósea e lisa; FLOR: branca a creme; FRUTO: vagem, deiscente, preta; BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: maio a junho; FRUTOS MADUROS: agosto a outubro; DISPERSÃO: anemocórica; SEMENTE/KG: 800 unidades; GERMINAÇÃO: 76% a 81%; PRODUÇÃO DE MUDAS: dispor uma semente em saco de polietileno, tubete de propileno ou sementeira, com solo areno-argiloso, em local semi-sombreado e irrigar diariamente; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 15 a 33 dias ; PLANTIO DEFINITIVO: mudas com 2 meses . INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita que perde as folhas em meados de julho, comum na floresta de terra firme do Acre, onde é considerada uma ...

Inventada no Acre, reserva extrativista completa 30 anos

* Ecio Rodrigues Mesmo no Acre, onde foram idealizadas, poucos devem entender o que são as reservas extrativistas – e bem menos ainda compreendem a importância dessas áreas protegidas para a sustentabilidade ecológica da Amazônia. Sem medo de errar, ou de exagerar, pode-se dizer que a concepção dessa categoria especial de unidade de conservação, em 1990, no Acre, representa um marco histórico no estudo da ocupação produtiva da região. Na verdade, para aqueles que prezam pela precisão, esclareça-se que em 1988, também no Acre, um conjunto de projetos de assentamentos extrativistas (PAE) foi criado no âmbito do Programa Nacional de Reforma Agrária. Esses projetos, gerenciados pelo Incra, são tidos como precursores das reservas extrativistas. Diante do trágico assassinato de Chico Mendes, ocorrido em dezembro daquele ano, a criação de PAEs ganharia força em toda a Amazônia. Todavia, sendo o Incra especialista em assentamento de colonos, não tinha tradição na novidade represent...

PAU-SANGUE – Pterocarpus rohrii Vahl.

* Pamella K. C. do Nascimento TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Fabales; FAMÍLIA: Fabaceae; NOMES COMUNS: pau-sangue, aldrago, mututi, sangueiro, drangociana; DESCRIÇÃO ALTURA: 20 a 30 metros; TRONCO: 30 a 50 centímetros; CASCA: acinzentada, áspera, espessa, coberta por lenticelas; FLOR: amarela e violácea; FRUTO: sâmara, laranja-acastanhada; BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: outubro a dezembro; FRUTOS MADUROS: maio a julho; DISPERSÃO: anemocórica; SEMENTE/KG: 1.530 unidades; GERMINAÇÃO: 30% a 70%; PRODUÇÃO DE MUDAS: dispor os frutos, logo que colhidos, em canteiros ou em recipientes individuais, em local semi-sombreado, com substrato organo-argiloso, cobri-los com uma camada de 0,5 cm do substrato e irrigar 2 vezes ao dia; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 30 a 50 dias ; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 6 a 7 meses . INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita e perenifólia, aparentemente indiferente às condições físicas d...

Lixões na Amazônia

* Ecio Rodrigues Em 2020, a Lei 12.305/2010 , que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, PNRS, completa uma década. Todavia, e ainda que a promulgação dessa norma seja considerada um grande avanço, não há motivo para comemoração. Decorridos 10 anos, a PNRS não logrou resolver um dos maiores problemas relacionados à coleta e destinação do lixo nas cidades brasileiras, a saber: os depósitos a céu aberto, os famigerados “lixões”. Incialmente, a lei fixou o prazo de 2 anos para a instalação de aterros sanitários pelos municípios. Não obstante, e diante de nossa cultural permissividade institucional, esse prazo foi prorrogado para julho de 2021 – no caso das cidades com menos de 50 mil habitantes Ocorre que cerca de 90% dos 5.570 municípios brasileiros estão nessa condição. O contexto do Acre é emblemático para entender a realidade dos lixões na Amazônia. Todas as 22 cidades desse estado, incluindo a capital Rio Branco (que apesar de já dispor de aterro sanitário, não...