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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Bolivianos não querem mais do mesmo

* Ecio Rodrigues Pode ser que o inusitado resultado do plebiscito realizado na Bolívia no último domingo, dia 21 de fevereiro, não reforce a tese de que uma profunda guinada no panorama político está em curso na América do Sul; por outro lado, pode ser que reforce, sim. Para explicar. O resultado foi considerado inusitado por estudiosos e cientistas políticos e, inclusive, pelo governo boliviano. Perguntados se aceitavam mudar a Constituição de seu país para permitir que o atual presidente concorresse a uma nova eleição presidencial em 2019, 51,31% dos bolivianos disseram “Não”, contra 48,69% que votaram pelo “Sim”. Duas questões chamam a atenção nessa consulta. A primeira diz respeito à precocidade de sua realização. Ora, se o presidente permanecerá no exercício do seu mandato até o início de 2020, por que razões indaga – já agora, em 2016 – se poderá disputar as próximas eleições, a fim de continuar no cargo até 2025? Certamente existem várias respostas para essa pergunta,...

A bolsa e a madeira

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* Ecio Rodrigues Embora a notícia tenha passado despercebida pela imprensa, que geralmente prefere divulgar as improfícuas e espalhafatosas investidas em fiscalização realizadas pelos órgãos de monitoramento ambiental, é bem provável que o mercado ilegal de madeira na Amazônia tenha sofrido seu mais duro golpe. Numa inusitada saída encontrada pelos próprios agentes econômicos que operam no mercado de madeira serrada (para quem não sabe, “mercado” é uma entidade costumeiramente demonizada pelos ambientalistas ortodoxos e pouco informados) parece estar a solução para encerrar um ciclo interminável de produção e consumo de madeira extraída de forma ilegal na Amazônia. Antes de continuar, é preciso esclarecer um ponto importante. Há uma confusão temerária que se faz entre a madeira legalizada e a madeira extraída sem atender às rigorosas prescrições de manejo desenvolvidas pela ciência florestal brasileira para a Amazônia nos últimos 40 anos. Quer dizer, a extração ilegal de m...

Madeireira da Amazônia começa a vender mogno com selo verde

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A madeira virou símbolo da devastação nos anos 1980 e 1990.  Depois de décadas de comercialização proibida, ela volta ao mercado Técnico faz avaliação de uma árvore de mogno certificada da Agrocortex, na Amazônia (Foto: Divulgação) O mogno, a madeira mais famosa da Amazônia está de volta ao mercado. Uma madeireira do Acre, a Agrocortex, conseguiu a primeira certificação ecológica de mogno do país. É um marco para uma espécie que ganhou fama mundial nos anos 1980 por sua beleza e por alimentar a devastação da Amazônia. Agora, o mogno passa a ser vendido de novo, com garantias de que o a produção segue cuidados sociais e ambientais. A área da Agrocortex fica nos municípios de Manoel Urbano, no Acre e Pauini e Boca do Acre, no Amazonas. O primeiro lote de toras de mogno sairão da floresta nos próximos dias para exportação. É uma das espécies mais valorizadas do mundo. Chega a US$ 3 mil o metro cúbico no mercado. “A Agrocortex viu uma grande oportunidade de entrar no m...

Acordo do clima selado na COP 21 de Paris

*Ecio Rodrigues A Convenção sobre Mudança Climática foi assinada em 1992, durante a realização da Rio 92. A partir de então, todos os anos os países se reúnem para discutir o tema e negociar as metas destinadas a mitigar os efeitos do aquecimento do planeta. E ainda que no início – sobretudo até 1997, quando da aprovação do Protocolo de Kyoto – houvesse um pequeno grupo de países e cientistas que teimava em negar a ocorrência do aquecimento, hoje é possível dizer que a Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima, COP da sigla em inglês, se transformou num dos principiais eventos realizados sob a chancela das Nações Unidas, a ONU, sempre gerando muita expectativa em âmbito mundial. Embora a sociedade cobre mais empenho para o estabelecimento de regras que minimizem a crise ecológica atual, o fato é que, sob a velha sistemática que prevê um passo de cada vez, nos últimos 20 anos se conseguiu avançar de maneira surpreendente e até certo ponto inusitada para ...