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Mostrando postagens de julho, 2021

Planaveg e a Década da Restauração de Ecossistemas

  * Ecio Rodrigues A ONU proclamou a década que começa em 2021 como “Década da Restauração de Ecossistemas”. O objetivo é frear a degradação e até 2030 restaurar um bilhão de hectares de ecossistemas nativos em todo o mundo. Embora ambiciosa, a meta é bastante factível.   Acontece que os projetos de restauração de ecossistemas em geral – e da biodiversidade florestal, em particular – por sua própria natureza, promovem a distribuição de renda e estimulam a economia local. Para explicar melhor, cite-se, a título de exemplo, um município do Acre – Porto Valter, digamos, onde a economia não avança desde sempre, restringindo-se a uma produção agrícola sem condição logística de expansão, nem hoje nem no futuro. Agora, vamos supor que a criação extensiva de gado, predominante na região, tenha deixado um rastro de destruição de mais de 1.000 hectares de florestas, o que é mais do que plausível. O projeto de restauração florestal vai envolver o mesmo tipo de trabalho rural ...

“Década da Restauração de Ecossistemas” (2021-2030) é proclamada pela ONU

  * Ecio Rodrigues Ao proclamar a década que se inicia em 2021 como “Década da Restauração de Ecossistemas”, a ONU confere prioridade e, por conseguinte, dá visibilidade a um dos mais graves desequilíbrios ambientais causados pelo homem em âmbito planetário, a destruição dos ecossistemas – problema que alcançou um nível tal que pode comprometer a produção de alimentos e, o que é ainda mais preocupante, a oferta de água potável. Essa foi a conclusão – um tanto óbvia, por sinal – a que chegou relatório publicado em junho último pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), em conjunto com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura). Conforme indicam os dados científicos apresentados no relatório Pnuma/FAO, a humanidade, hoje, explora ou consome 60% a mais dos recursos ecossistêmicos disponíveis na Terra, em especial os relacionados a água, ar e biodiversidade. Essa sobre-exploração compromete drasticamente a regeneração dos ecossis...

Moratória das queimadas renovada em 2021

  * Ecio Rodrigues  A proibição do licenciamento de queimadas por um prazo determinado – a chamada “moratória das queimadas” – foi adotada pela primeira vez no país no final da década de 1990. Desde então, essa medida vem sendo repetida por diversos governos e com eficiência mais que comprovada. Não foi diferente com o atual. Apesar de se mostrar avesso ao monitoramento e controle ambiental, tendo até cogitado a extinção do MMA (Ministério do Meio Ambiente), o governo que chegou ao Planalto em 2019, refém de pressões nacionais e internacionais, vem adotando a moratória desde o primeiro ano de gestão. Com efeito, já em 2019, e mesmo com reiteradas manifestações de teimosia e despreparo por parte dos gestores que assumiram a pasta ambiental, o governo foi obrigado, temendo especialmente a reação de investidores estrangeiros, a decretar sua primeira moratória – mas de maneira bem tímida, apenas em agosto e pelo curto prazo de 60 dias. Diante da enxurrada de críticas receb...

Política Nacional de Meio Ambiente venceu a incompetência

  * Ecio Rodrigues Embora os ambientalistas, apoiados por grande parcela da imprensa, prefiram apostar na suposição de que os gestores recentemente defenestrados do Ministério do Meio Ambiente (MMA) cometeram desvios de conduta, na verdade o grande entrave que pôs em risco a política ambiental do país foi mesmo a incompetência. Por sinal, não dá para entender por que só o que tem importância é a suspeita de corrupção. A despeito de a incapacidade técnica dos ex-dirigentes do MMA ter ficado patente desde o início do governo, a imprensa nunca apontou a incompetência como o maior problema da gestão ambiental – o que, mais do que tudo, seria motivo a justificar a substituição do comando da pasta. Essa incapacidade pode ser evidenciada com certa constância numa série de condutas assumidas desde janeiro de 2019. A lista é grande, por isso vamos nos ater apenas aos maiores disparates. De cara, sob o argumento estúpido de que os países ricos usam as questões ambientais como fachada...