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Mostrando postagens de janeiro, 2021

ABIÚ-LETRA – Micropholis cylindrocarpa (Poepp. & Endl.) Pierre

  * Pamella K. C. do Nascimento   TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Ericales; FAMÍLIA: Sapotaceae; NOMES COMUNS: abiú-letra;   DESCRIÇÃO ALTURA: 12 a 18 metros; TRONCO: 10 a 20 centímetros; CASCA: levemente fissurada, cinza-esverdeada a marrom, latescente; FLOR: branca-rosada ou amarelada; FRUTO: ovóide, liso, vermelho-escuro;   BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: julho a setembro; FRUTOS MADUROS: junho a agosto; DISPERSÃO: zoocórica; SEMENTE/KG: 5.000 unidades; GERMINAÇÃO: não se tem informação; PRODUÇÃO DE MUDAS: dispor as sementes em canteiros ou recipientes individuais, em local semi-sombreado, com substrato organo-arenoso, cobrindo-as com uma fina camada do substrato peneirado e irrigar 2 vezes ao dia; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 40 a 50 dias; PLANTIO DEFINITIVO: não se tem informação.   INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita e perenifólia, característica e exclusiva da floresta de te...

Transição para a economia de baixo carbono já começou

  * Ecio Rodrigues “Esquina civilizatória” é um termo cunhado por Cristovam Buarque para designar profundas alterações de paradigma que acontecem ao longo da história da humanidade, geralmente de maneira pouco perceptível pela maioria dos indivíduos. Foi assim quando, durante a segunda metade do século XVIII, a máquina a vapor e a locomotiva revolucionaram o transporte de cargas e pessoas, reduzindo o tempo e estimulando o contato entre culturas de uma forma até então inimaginável. Depois do surgimento da máquina a vapor, a humanidade não seria mais a mesma – e tanto o meio urbano quanto o rural seriam modificados intensa e peremptoriamente. Nada mais compreensível. O surgimento de uma nova alternativa econômica, baseada na manufatura de um conjunto diversificado de bens, deslocou o referencial produtivo e a força laboral da área rural para a urbana. No campo, a inexorável conversão da terra num bem econômico intensificou o êxodo rural e levou grandes contingentes populac...

LIMÃOZINHO – Zanthoxylum rhoifolium Lam.

  * Pamella K. C. do Nascimento   TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Sapindales; FAMÍLIA: Rutaceae; NOMES COMUNS: limãozinho, tembetari, mamica, mamiqueira, guarita;   DESCRIÇÃO ALTURA: 6 a 12 metros; TRONCO: 30 a 40 centímetros; CASCA: lisa, presença de acúleos e lenticelas, cinza; FLOR: esverdeadas a esbranquiçadas; FRUTO: cápsula, globosa, vermelha-vinho;   BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: outubro a novembro; FRUTOS MADUROS: março a junho; DISPERSÃO: zoocórica; SEMENTE/KG: 84.700 unidades; GERMINAÇÃO: Inferior a 40%; PRODUÇÃO DE MUDAS: dispor as sementes em canteiros com substrato arenoso rico em matéria orgânica, em local semi-sombreado, cobri-las com uma leve camada do substrato e irrigar 2 vezes ao dia; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 30 a 60 dias; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 9 a 10 meses.   INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita e semidecídua, característica da mata pluvial Atlântica...

Bioeconomia na Amazônia deve excluir pecuária extensiva

  *Ecio Rodrigues                   O desmatamento e as queimadas são, de longe – e com maior intensidade a partir da década de 1970 –, os mais graves problemas ambientais que afligem a zona rural da Amazônia.                Todos os que se dedicam ao estudo da região conhecem o procedimento. No rastro do desmatamento (ilegal ou legalizado) para expansão da criação extensiva de boi e antes do uso do fogo para limpeza do solo, o madeireiro é acionado para retirar as árvores mais valiosas, o chamado “filé”, constituído por cerejeira, jatobá, cedro – o que equivale a menos de 30% da madeira disponível. Outros 70% costumam ser queimados. Fato curioso é que a liquidez da madeira vendida antes da queima ajuda a custear trabalhadores e maquinários a serviço do próprio desmatamento. Ou seja, paradoxalmente, é a própria riqueza da floresta que financia sua substituição pelo pasto cultivado. Ess...

JENIPAPO – Genipa americana L.

  * Pamella K. C. do Nascimento   TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Gentianales; FAMÍLIA: Rubiaceae; NOMES COMUNS: jenipapo, jenipá, jenipaba, jenipapeiro, janapabeiro;   DESCRIÇÃO ALTURA: 8 a 14 metros; TRONCO: 40 a 60 centímetros; CASCA: lisa a áspera, presença de lenticelas, cinza-esverdeada, placas brancas; FLOR: amarela; FRUTO: ovóide, marrom-claro;   BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: maio a setembro; FRUTOS MADUROS: setembro a abril; DISPERSÃO: zoocórica; SEMENTE/KG: 14.280 unidades; GERMINAÇÃO: 65% a 100%; PRODUÇÃO DE MUDAS: dispor as sementes, logo que colhidas, em canteiros ou recipientes individuais, em local semi-sombreado, com substrato argiloso e irrigar diariamente; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 25 a 45 dias; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 7 a 9 meses.   INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita e semidecídua, característica de florestas pluviais e semidecíduas, localizadas em vár...

Política nacional para a Amazônia e bioeconomia

*Ecio Rodrigues De uns tempos para cá, técnicos que atuam junto ao governo federal têm repetido às tantas que a bioeconomia – vale dizer, a organização da economia regional com base em ativos biológicos – seria a saída econômica para a Amazônia. A bioeconomia é a bola da vez. De quando em quando surge na agenda brasileira a demanda pelo que os pesquisadores costumam chamar de “projeto nacional”, para a região amazônica – ou, com maior precisão, “política nacional para a Amazônia”. Quem não se lembra dos esforços realizados na década de 1990, para citar os mais recentes, no âmbito da Pnial (Política Nacional Integrada para a Amazônia Legal), e, logo depois, nos anos 2000, com o PAS (Plano Amazônia Sustentável)? Ambas as iniciativas propugnaram a necessidade de conceber e pôr em prática “uma nova visão da região” – que, por óbvio, se contrapunha ao atual modelo de ocupação produtiva, baseado no desmatamento. Resumindo, há mais de 30 anos os planejadores concluíram que todos os ...

MULATEIRO – Calycophyllum spruceanum Benth.

  * Pamella K. C. do Nascimento   TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Gentianales; FAMÍLIA: Rubiaceae; NOMES COMUNS: mulateiro, pau-mulato, mulateiro-da-várzea;   DESCRIÇÃO ALTURA: 20 a 30 metros; TRONCO: 30 a 40 centímetros; CASCA: fina, descama em longas tiras, esverdeada a marrom-escura; FLOR: branca e vermelha; FRUTO: cápsula, elipsoide, deiscente, com lenticelas, marrom;   BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: abril a junho; FRUTOS MADUROS: agosto a setembro; DISPERSÃO: anemocórica; SEMENTE/KG: 6.666.000 unidades; GERMINAÇÃO: 60% a 70%; PRODUÇÃO DE MUDAS: dispor as sementes em canteiros ou recipientes individuais, em local semi-sombreado, com substrato organo-argiloso. Cobri-las com um saco de estopa para evitar o deslocamento das sementes durante a irrigação; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 20 a 40 dias; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 7 a 8 meses.   INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita e per...

Um produto chamado biodiversidade florestal da Amazônia

  * Ecio Rodrigues A adequação da produção rural da Amazônia às condições ecológicas da região, marcadas pela predominância de floresta tropical, passou a ser prioridade para investidores e financiadores, sobretudo os internacionais, no período pós-Rio 92. Não à toa, nos 10 anos seguintes à conferência foi realizado investimento público expressivo, com participação ativa do Ministério do Meio Ambiente, por sua Secretaria da Amazônia, no intuito de fazer introduzir, no sistema de financiamento gerido pelo Banco da Amazônia, Basa, critérios relacionados à sustentabilidade – e, ao mesmo tempo fazer assimilar esses critérios junto aos produtores. Na condição de principal operador dos recursos públicos disponibilizados por meio do FNO, o Basa foi instado a se envolver em uma série de eventos que discutiram o amoldamento de investimentos rurais ao ecossistema florestal da Amazônia. Naquela época, acreditava-se, com acerto, que seria necessário ampliar os financiamentos a juros su...