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Mostrando postagens de maio, 2017

Produção comunitária de madeira na Amazônia

Produção comunitária de madeira na Amazônia * Ecio Rodrigues Não é novidade que entre as unidades de conservação consideradas de uso sustentável as Reservas Extrativistas são as que apresentam maior tendência à expansão da pecuária para criação de gado e, por isso, ostentam taxas de desmatamento alarmantes – para dizer o mínimo. Situação que se agrava, na medida em que não existe nenhum tipo de resposta do órgão estatal responsável pelas unidades de conservação (o chamado ICMBio), com vistas a reverter a tendência de ampliação do desmatamento. Pelo contrário, o órgão se perde – por sinal, desde sua criação, em 2007 – na tentativa frustrada de superar esse quadro caótico por meio da costumeira e ineficaz fiscalização. Parece haver uma cegueira incurável nos gestores responsáveis pelas políticas públicas relacionadas às Reservas Extrativistas. Ao que tudo indica, prefere-se acreditar que a segregação de terras na forma de unidades de conservação é um tipo de “bônus de consciên...

Manual de Restauração Florestal: Um Instrumento de Apoio à Adequação Ambiental de Propriedades Rurais do Pará

Este manual traz em seu escopo os principais procedimentos para a restauração florestal na Amazônia, e baseia-se principalmente em atividades desenvolvidas visando ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) e à adequação agrícola e ambiental de propriedades rurais em Paragominas, no Pará. O documento é fruto da parceria entre a The Nature Conservancy (TNC) e o Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (LERF/ESALQ/USP), e foi elaborado com o apoio financeiro do Fundo Vale e do Fundo Amazônia/BNDES, em suporte ao Programa Municípios Verdes do estado do Pará. Num primeiro instante, este documento propõe-se a elencar os principais aspectos legais que norteiam a conservação e a restauração de florestas à luz do Novo Código Florestal brasileiro, com ênfase nas áreas especialmente protegidas, como as áreas de preservação permanente (APP) e de reserva legal (RL). Num momento posterior, são apresentadas as situações ambientais identificadas no município, seguidas da identificação daquelas situaçõ...

Os 30 anos do Projeto Antimary e a tecnologia do Uso Múltiplo da Floresta

* Ecio Rodrigues No longínquo 1987, um grupo de engenheiros no Acre concebeu o que pode ser considerado um dos mais expressivos projetos voltados para a busca de respostas com relação à exploração da biodiversidade presente no ecossistema florestal da região. O projeto, financiado pela ITTO (em português, Organização Internacional de Madeiras Tropicais), deu origem à Floresta Estadual do Antimary e se configura no maior aporte financeiro para a pesquisa já realizado no estado – jamais repetido, lamentavelmente, mesmo passados 30 anos. Tendo enfocado inicialmente a produção de madeira, a equipe envolvida na execução do projeto se deparou com as especificidades botânicas da floresta local, distinguidas por baixo volume de madeira comercial (em comparação com outras localidades amazônicas) e elevada diversidade de espécies por hectare. Outras especificidades, desta feita no contexto socioeconômico, decorrentes do processo histórico de ocupação do Acre, relacionavam-se à presença ...