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Mostrando postagens de novembro, 2021

Desmatamento na Amazônia em 2021 revela tendência perigosa

  * Ecio Rodrigues Agora não há mais dúvida, diante dos dados publicados pelo Inpe para 2021, é possível afirmar que a escalada do desmatamento observada desde 2012 não se trata de ocorrência contingencial, e sim de uma tendência de elevação que pode resultar em consequências perigosas. Uma das consequências diz respeito à quebra de confiança dos países que assinaram o Acordo de Paris, quanto à capacidade do Brasil para zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. Não é para menos. Os gestores brasileiros, no âmbito da COP 26, exibiram ao mundo um cenário em que a situação aparecia controlada por efeito de um eficiente monitoramento, sendo que na primeira semana após o evento (encerrado em 12/08) as taxas aferidas pelo Inpe mostraram uma realidade bem diferente – e um tanto assustadora. Entre 1º de agosto de 2020 e 31 de julho de 2021, nada menos que 13.235 km 2 de florestas foram destruídos na Amazônia – o que representa uma alta de 22% em relação ao período anterior. Ess...

Como faz desde 1988, Inpe divulga no prazo taxa anual de desmatamento

  * Ecio Rodrigues Em 2019, quando o sistema “Deter” – que detecta em tempo real situações de desmatamento ilegal – alertou para a preocupante escalada assumida pela destruição florestal, os gestores federais, numa flagrante combinação entre incompetência e insensatez, passaram a desacreditar o Inpe (um órgão público!), e o presidente do instituto foi exonerado de forma despropositada. A partir daí, a divulgação dos índices anuais vem sempre acompanhada de certo frenesi – uma apreensão, pode-se dizer, tanto em relação à postura quanto à capacidade do órgão para desempenhar as atribuições de mensurar a devastação da floresta amazônica e de dar publicidade aos números apurados. Essa apreensão, porém, se mostrou infundada. Sob notável profissionalismo, o Inpe, como faz desde 1988, continuou a observar religiosamente o cronograma de publicação da taxa anual de desmatamento – que, por sinal, é contabilizada por meio de outro programa, batizado “Prodes”, que abrange o monitoramento...

COP 26 trouxe grandes avanços para a descarbonização do planeta

  * Ecio Rodrigues Muitos foram às ruas em Glasgow, Escócia, para reivindicar dos gestores e autoridades que participaram da COP 26, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que se encerrou na última sexta, 12 de novembro, metas mais rigorosas para contenção do aquecimento global. O tom cético em relação ao que vem sendo negociado há 30 anos, desde a Rio 92, ocasião em que foi assinada a Convenção do Clima, tem razão de ser quando se confronta o impacto das catástrofes ambientais como secas e tsunamis com a tímida resposta dos países para duas prioridades: substituir o petróleo na produção de energia e zerar o desmatamento das florestas no mundo (especialmente, claro, na Amazônia). Ninguém é ingênuo, por suposto, a ponto de crer que a superação desses desafios seria empreitada simples. Afinal, toda a estrutura existente no planeta, e que possibilitou a universalização do acesso à energia elétrica, fator crucial para a elevação do IDH de um país ou localidade, foi organiza...

COP 26 vai exigir investimento na geração de energia hídrica, eólica e solar

* Ecio Rodrigues Dois pontos são centrais nas negociações em curso na COP 26, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que está se realizando em Glasgow, Escócia, e vai até 12 de novembro – desmatamento zero e energia limpa. Embora o primeiro diga respeito a todas as florestas existentes no planeta, ninguém duvida que a devastação da floresta amazônica é, de fato, o que mais chama a atenção e mais interessa à humanidade. Não à toa, as discussões se reportam ao compromisso assumido pelo Brasil perante o Acordo de Paris, assinado em 2015 – de erradicar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. Acontece que, como reiterado diversas vezes nesse espaço, para os países não existe distinção entre desmatamento ilegal/legalizado, posto que um e outro produzem os mesmos efeitos deletérios para o clima (para saber mais, acessar http://www.andiroba.org.br/artigos/?post_id=5148&_ano=2021 ). Em resumo, se em 2015 a promessa dos brasileiros foi recebida com certo incômodo, diante ...