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Mostrando postagens de outubro, 2021

COP 26 vai cobrar desmatamento zero na Amazônia

  * Ecio Rodrigues Como muitos devem lembrar, o Brasil se recusou a sediar a COP 25 em 2019 – no lugar do Chile, que se encontrava em ebulição política. A COP 25 terminou acontecendo em Madri. Não apenas por essa desfeita à ONU, mas devido também a outras afrontas e trapalhadas por parte do governo brasileiro, é bem provável que, de todas as vezes que participou de conferências mundiais sobre meio ambiente, o país chegue à COP 26 em seu contexto diplomático mais fragilizado.   E, evidentemente, não adianta manipular os dados sobre a destruição florestal na Amazônia a serem exibidos na Escócia. Ao contrário, para que a tendência de elevação do desmatamento venha a ser contida, devem ser apresentados números factuais. Por manipulação de dados entenda-se, por exemplo, fazer distinção entre desmatamento ilegal e legalizado – no intuito de levar a crer que o primeiro deve ser combatido enquanto o segundo seria aceitável, eis que realizado sob o amparo do Código Florestal. ...

Grandes expectativas

  * Ecio Rodrigues A COP 26 (Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) – que terá lugar em Glasgow, Escócia, de 1º a 12 de novembro – acontecerá em meio a esperanças renovadas. São grandes as expectativas por resultados concretos, e existem razões para tanto. Entre outras, cite-se o fato de ser a primeira COP pós-pandemia e, ademais, de coroar o retorno dos EUA ao Acordo de Paris. Durante a crise sanitária mundial, no decorrer de 2020, não havia, evidentemente, condições para a realização de eventos, muito menos conferências de cúpula, que reúnem centenas de dirigentes e autoridades por períodos relativamente longos. Era necessário concentrar todos os esforços e recursos econômicos no propósito de evitar o colapso generalizado do sistema capitalista, inclusive direcionando auxílio financeiro às populações vulneráveis e às empresas mais afetadas com a paralisação da força de trabalho. Sem embargo, a resposta da humanidade, de form...

ONU alerta: planeta está no limite do aquecimento e o desmatamento da Amazônia tem muita culpa

  * Ecio Rodrigues Em documento atípico, por conter termos categóricos que mesclam ameaças e alertas, os mais de 3.000 cientistas, incluindo 20 brasileiros, que integram o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) apresentaram o 6º relatório produzido pela organização desde sua criação, em 1988. Publicado em 8 de agosto último, o pronunciamento do IPCC traz conclusões acerca das evidências indicadas no 1º relatório, divulgado em 1990 – com relação ao aumento de temperatura do planeta e, não menos importante, à participação do Homo sapiens nesse processo.       As respostas são incisivas e inquietantes. Não há nenhuma dúvida quanto à constatação de que o planeta está esquentando, restando apenas aferir se a elevação da temperatura na Terra será de 1 0 , 1,5 0 ou 2 0 até 2050. A péssima notícia é que, nas 3 simulações empreendidas, ficou demonstrada a ocorrência de tragédias ambientais – que, entre outras implicações, afetarão parte cons...

Julho de 2021, o mês mais quente da existência humana

  * Ecio Rodrigues Depois da publicação do 6º relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que chocou o mundo com o alerta catastrófico sobre o aquecimento do planeta, outra notícia desagradável: julho de 2021 bateu recorde de calor. Não foi a primeira vez que julho foi considerado o mês mais quente da história – pelo menos desde que foi possível esse tipo de medição, ainda no início da Revolução Industrial, em 1880. O recorde anterior ocorreu em 2015, de acordo com os cálculos da Noaa, a agência oceânica e atmosférica americana (para saber mais, acessar http://www.andiroba.org.br/artigos/?post_id=3127 ). Divulgado em 13 de agosto último, o registro da Noaa para julho de 2021 reforça a tendência de aquecimento global reiteradamente apontada pelo IPCC – que vem prevendo novos recordes nos próximos anos se medidas de contenção não forem imediatamente adotadas. De maneira unânime, o que não costuma acontecer no âmbito da ciênci...

Desmatamento zero é a chave para o desenvolvimento sustentável da Amazônia

* Ecio Rodrigues Não será pela força do mercado ou por graça divina, a contenção do desmatamento que todos os anos se alastra sobre novas áreas de floresta – e, em igual medida, a restauração florestal do que já foi destruído – depende de política pública em esfera federal e estadual. Política que tem apresentado resultados desanimadores, pois desde que o Inpe iniciou as medições, em 1988, nunca a expansão do desmatamento chegou a ser zerada em nenhum estado, dos 9 localizados na Amazônia, nem por um único ano sequer. Desnecessário mencionar a cobrança internacional, que a cada dia se acentua, a fim de que o país impeça a devastação florestal na Amazônia. A verdade é que, com o passar do tempo, a humanidade está se tornando mais consciente quanto à necessidade de valorização e manutenção dos recursos naturais, bem como quanto às implicações ambientais decorrentes de um modelo de crescimento econômico que não leva em conta a resiliência dos ecossistemas. Não à toa, termos como...