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Mostrando postagens de outubro, 2020

GAMELEIRA – Ficus sp2., Ficus gomelleira Gard.

  * Pamella K. C. do Nascimento   TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Rosales; FAMÍLIA: Moraceae; NOMES COMUNS: gameleira, gameleira-branca, guaporé, ibapol, figueira;   DESCRIÇÃO ALTURA: 8 a 18 metros; TRONCO: 50 a 70 centímetros; CASCA: áspera, amarronzada, latescente; FLOR: inflorescência do tipo sicônio, verde; FRUTO: figo, verde a roxo, indeiscente;   BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: novembro a dezembro; FRUTOS MADUROS: fevereiro a março; DISPERSÃO: zoocórica; SEMENTE/KG: 5.000.000 de unidades; GERMINAÇÃO: não se tem informação; PRODUÇÃO DE MUDAS: a suspenção aquosa de sementes e polpa deve ser regada sobre canteiro semi-sombreado e preparado com substrato organo-arenoso fino e uniforme, deixando-a sem cobrir e irrigando 2 vezes ao dia; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 20 a 30 dias; PLANTIO DEFINITIVO: Muda com 4 a 6 semanas.   INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita, pioneira e semidecídu...

Outubro/1998: 44 queimadas no Acre; 22 anos depois: 1.396

  * Ecio Rodrigues Antes de tudo, cabe informar que as 44 queimadas de 1998 foram realizadas durante todo o mês de outubro, enquanto as 1.396 queimadas de 2020 foram registradas até o dia 13 – ou seja, ainda restavam 17 dias de fogo em outubro no Acre. Aos incrédulos, o recorde absurdo e desalentador pode ser aferido no portal do Programa de Monitoramento de Queimadas do Inpe: http://queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/portal-static/estatisticas_estados/ Mas, deixando de lado a minoria desinformada que prefere a escuridão às estatísticas, para os que se preocupam com a realidade da destruição florestal fica um sentimento de desesperança, uma impressão de que não há solução para as queimadas. Sem embargo, importa escalarecer que, de maneira direta ou indireta, as duas principais tragédias ecológicas amazônicas – desmatamento e queimadas – estão presentes na maior parte dos estudos realizados na região. Nos últimos 30 anos, pesquisadores vinculados a universidades, instituições...

APUÍ-VERMELHO – Ficus sp1., Ficus clusiifolia Schott ex Spreng.

* Pamella K. C. do Nascimento   TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Rosales; FAMÍLIA: Moraceae; NOMES COMUNS: apuí-vermelho, figueira-vermelha;   DESCRIÇÃO ALTURA: 7 a 18 metros; TRONCO: 50 a 70 centímetros; CASCA: lisa, cinza-claro, latescente; FLOR: inflorescência do tipo sicônio, amarela a avermelhada; FRUTO: figo, globoso, indeiscente amarelo a avermelhado;   BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: março a maio; FRUTOS MADUROS: junho a julho; DISPERSÃO: zoocórica; SEMENTE/KG: 4.300.000 de unidades; GERMINAÇÃO: não se tem informação; PRODUÇÃO DE MUDAS: a suspenção aquosa de sementes e polpa deve ser regada sobre canteiro semi-sombreado e preparado com substrato organo-arenoso fino e uniforme, deixando-a sem cobrir e irrigando 2 vezes ao dia; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 15 a 25 dias; PLANTIO DEFINITIVO: Muda com 4 a 6 semanas.   INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita, pioneira e perenifólia, caract...

O setembro mais quente de nossas vidas

* Ecio Rodrigues Entre todos os setembros da história moderna da humanidade, este último foi o mais quente. Significa dizer que desde que começaram as medições de temperatura, no final do século XIX, nunca houve um mês de setembro tão quente como o de 2020. Tanto a medição das temperaturas quanto a publicação dos resultados foram realizadas pelo Serviço de Mudança Climática Copernicus, da União Europeia, e reforçam a tendência de aquecimento planetário observada nos últimos 5 anos – os mais quentes desde o início das medições. Segundo os dados do Copernicus, as temperaturas médias aferidas no mês de setembro de 2020 tiveram um aumento de 0,05ºC em relação a 2019; e de 0,08ºC, em relação a 2016 – anos que registraram os dois recordes anteriores para esse mês. Mesmo que ainda existam (em número cada vez menor) os que associam o aquecimento do planeta a uma conspiração internacional, a ocorrência de picos de temperatura é uma tendência comprovada pela ciência. Ou seja, não surpr...

GAMELINHA – Ficus gameleira Standl., Ficus christianii Carauta

  * Pamella K. C. do Nascimento   TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Rosales; FAMÍLIA: Moraceae; NOMES COMUNS: gamelinha, caxinguba;   DESCRIÇÃO ALTURA: 20 a 35 metros; TRONCO: até 150 centímetros; CASCA: lisa, acinzentada, latescente; FLOR: inflorescência do tipo sicônio, verde a arroxeada; FRUTO: figo, globoso, indeiscente verde a arroxeada;   BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: agosto a setembro; FRUTOS MADUROS: dezembro a janeiro; DISPERSÃO: zoocórica; SEMENTE/KG: 5.000.000 de unidades; GERMINAÇÃO: não se tem informação; PRODUÇÃO DE MUDAS: regar a suspensão aquosa de sementes e polpa diretamente sobre o canteiro de semeadura semi-sombreado, preparado com substrato organo-arenoso bem fino e uniforme, deixando-a sem cobrir e irrigando 2 vezes ao dia; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 20 a 30 dias; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 4 a 6 semanas.   INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita e perenifólia...

Após 10 anos de persistente aumento, novo recorde de queimadas no Acre

  * Ecio Rodrigues Na última terça, 06 de outubro, o programa de monitoramento de queimadas na Amazônia, executado pelo Inpe desde 1998, constatou, para o ano de 2020, a ocorrência de nada menos que 7.973 queimadas no Acre – um recorde em 10 anos. Para os que duvidam, os dados podem ser acessados em http://queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/portal-static/estatisticas estados/ . Importante frisar que a despeito das investidas desastrosas do governo contra o seu próprio órgão, o Inpe tem uma atuação científica inquestionável, integrando o seleto grupo de instituições brasileiras que gozam de grande reconhecimento internacional. Os números relativos à ocorrência de queimadas no Acre chamam a atenção dos pesquisadores por duas razões, principalmente: efeito bordadura e marca de sustentabilidade. No primeiro caso, e como a própria denominação sugere, o efeito bordadura diz respeito ao perímetro de contato entre o ecossistema florestal amazônico e outras formações de vegetação – t...

APUÍ-AMARELO – Ficus frondosa S. Moore, Ficus albert-smithii Standl.

  * Pamella K. C. do Nascimento   TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Rosales; FAMÍLIA: Moraceae; NOMES COMUNS: apuí-amarelo, gameleira-grande, gameleira, figueira;   DESCRIÇÃO ALTURA: 20 a 30 metros; TRONCO: superior a 120 centímetros; CASCA: rugosa, grisácea, acinzentada; FLOR: inflorescência do tipo sicônio, avermelhada; FRUTO: figo, globoso, indeiscente, castanho-avermelhada;   BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: agosto a setembro; FRUTOS MADUROS: dezembro a janeiro; DISPERSÃO: zoocórica; SEMENTE/KG: 5.000.000 de unidades; GERMINAÇÃO: não se tem informação; PRODUÇÃO DE MUDAS: irrigar a suspensão aquosa de sementes e polpa diretamente sobre o canteiro de semeadura semi-sombreado e rico em matéria orgânica, sem cobri-la; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 20 a 30 dias; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 4 a 6 semanas.   INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita ou esciófita e perenifólia, característica d...

Externalidade econômica inviabiliza queimada na Amazônia

  * Ecio Rodrigues Economistas com farta produção técnica e científica se esforçaram para conceber mecanismos que exonerassem a sociedade de arcar com os custos relacionados às externalidades negativas resultantes da instalação/operação de empreendimentos. Abordada por Alfred Marshal, a possibilidade de inclusão, nos custos dos empreendimentos, do investimento na reparação dos danos incidentais decorrentes do processo produtivo (leia-se: externalidades) foi estudada mais profundamente por seu discípulo e sucessor na Universidade de Cambridge, o economista Arthur Cecil Pigou. Em seu artigo sobre a economia do bem-estar (“The Economics of Welfare”), Pigou defende a taxação do empreendedor que cause externalidade negativa. Por outro lado e em igual medida, na visão do autor, todo empreendimento que traga externalidade positiva para a população que vive no entorno deveria ser incentivado por um subsídio estatal. A ideia-chave de Pigou pode ser resumida na diretriz “internaliz...

Conscientização de produtor não vai zerar queimadas na Amazônia

  * Ecio Rodrigues Há 30 anos, no mínimo, que, todos os anos, no período entre julho e outubro, em especial para o caso da região localizada na calha sul da bacia do rio Amazonas, surge a saída mágica para resolver os problemas do desmatamento e das queimadas na Amazônia: conscientizar o produtor rural. Em dado momento dessa repetida pantomima, o governo parece incorporar o espírito de uma organização não governamental e, quase sempre para se defender, diante da realidade científica estampada nas imagens de satélite divulgadas pelo Inpe, inicia a pregação sobre a “solução” representada por uma campanha de conscientização. Vêm à tona termos associados à psicologia social, tais como sensibilização e convencimento, que aparentemente surtem efeito no imaginário das populações urbanas, sobretudo daquelas residentes no Sul e Sudeste. Indo além, a mágica da conscientização contamina os profissionais da imprensa, que, num completo lapso de memória quanto ao que foi feito no ano ant...