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Mostrando postagens de agosto, 2020

Fiscalização não é solução para queimadas na Amazônia

  * Ecio Rodrigues A despeito de contar com o apoio incondicional de jornalistas – que pouco ou nada entendem do assunto –, a fiscalização não resolve o problema das queimadas na Amazônia. As estatísticas e a experiência demonstram que todos os anos aumenta o número de produtores autuados e multados pela prática de queimadas consideradas ilegais pelos fiscais. A conclusão, simples, é que há algo de muito errado nisso. De pronto, todos hão de concordar que o crescimento do número de infratores ano a ano depõe contra o efeito pedagógico do exercício do poder de polícia. Afinal, uma das principais justificativas para o elevado investimento público em fiscalização é justamente o argumento de que a autuação desmotiva o produtor a cometer novas infrações. Não se pode desconsiderar, de outra banda, que a estruturação e operacionalização de um sistema de monitoramento de queimadas, com equipe de fiscais treinados e tecnologia para detectar os focos de calor, identificar o proprietá...

INGÁ-FERRO – Inga sp1., Inga capitata Desv.

  * Pamella K. C. do Nascimento   TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Fabales; FAMÍLIA: Meliaceae (subfamília de Fabaceae); NOMES COMUNS: ingá-ferro, ingá-costela, ingá-feijão, ingá-ferradura, ingapé;   DESCRIÇÃO ALTURA: 4 a 14 metros; TRONCO: 20 a 30 centímetros; CASCA: rugosa, lenticelada, acinzentada; FLOR: branca; FRUTO: vagem, achatada, indeiscente, lenticelado, verde;   BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: setembro a novembro; FRUTOS MADUROS: março a maio; DISPERSÃO: zoocórica; SEMENTE/KG: 440 unidades; GERMINAÇÃO: 50% a 60% PRODUÇÃO DE MUDAS: dispor as sementes, logo que colhidas, em canteiros semi-sombreados, com substrato organo-argiloso, cobrindo-as com uma camada do mesmo substrato peneirado e irrigar 2 vezes ao dia; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 30 a 40 dias; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 6 a 7 meses.   INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita e pioneira, característica das florestas p...

Nasa alerta: risco de incêndio florestal no Acre é de 85%

  * Ecio Rodrigues Em conjunto com pesquisadores da Universidade da Califórnia, a Nasa, agência espacial americana, publicou, em maio último, estudo que analisa a probabilidade estatística de ocorrência de incêndios florestais na Amazônia. Considerando uma série histórica extensa, incluindo variáveis como quantidade de focos de calor; área anual desmatada; alteração do uso do solo; e, especialmente, indicadores climáticos sobre temperatura, pluviosidade e ventos, os cientistas calcularam a probabilidade de as florestas amazônicas se incendiarem. Por probabilidade estatística, entenda-se risco. O Acre apresenta o nível mais perigoso entre os estados amazônicos brasileiros analisados pela Nasa: 85% de risco de ocorrência de incêndio florestal durante os meses de agosto e setembro, mantidas as condições analisadas. Evidentemente, se São Pedro colaborar e fizer chover, o risco de incêndio florestal diminui. Contudo, e essa informação é crucial, nos 85% de risco estão previstas ...

FAVEIRA-AMARELA – Albizia sp., Albizia inundata (Mart.)

  * Pamella K. C. do Nascimento   TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Fabales; FAMÍLIA: Meliaceae (subfamília de Fabaceae); NOMES COMUNS: faveira-amarela, bigueiro, biguazeiro, canafistula;   DESCRIÇÃO ALTURA: 5 a 8 metros; TRONCO: 30 a 50 centímetros; CASCA: fina, quase lisa, marrom claro; FLOR: branca; FRUTO: vagem, deiscente, reto, achatado, rugoso, marrom;   BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: agosto a outubro; FRUTOS MADUROS: novembro a janeiro; DISPERSÃO: zoocórica; SEMENTE/KG: 890 unidades; GERMINAÇÃO: 60% a 78%; PRODUÇÃO DE MUDAS: após tratamento pré-germinativo, dispor as sementes, logo que colhidas, em canteiros ou recipientes individuais a pleno sol, com substrato organo-argiloso e irrigar diariamente; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 1 a 2 semanas; PLANTIO DEFINITIVO: M uda com 3 a 4 meses.   INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita e decídua, que ocorre em capoeiras, terrenos argilosos...

Solitária e fracassada campanha “Para o Acre não queimar em 2010” completa 15 anos

  * Ecio Rodrigues Embora seja inquestionável que a população já não tolera as queimadas, não deixa de ser inegável, de outra banda, que os governadores não conseguem resolver o problema. Relacionar uma mazela social à incapacidade estatal para encontrar uma solução não é nenhuma novidade, mas no caso específico do uso do fogo na Amazônia há um agravante perigoso: o tempo. A limpeza do solo para plantio de capim por meio da técnica agrícola da queimada é uma realidade na Amazônia desde o início da ocupação produtiva em grande escala que teve lugar na região a partir da década de 1970, em especial a realizada ao longo do eixo de desenvolvimento representado, no caso do Acre, pela rodovia BR-364. Difícil precisar uma data, contudo, a quantidade de fumaça oriunda dos focos de calor passou a ser objeto de estudo nos idos de 1998, com o início das medições anuais pelo Inpe. Diante da escalada assumida pelo nefasto binômio desmatamento-queimada, o primitivo método consistente e...

ESPINHEIRO – Acacia sp., Acacia farnesiana (L.) Willd.

  * Pamella K. C. do Nascimento   TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Fabales; FAMÍLIA: Meliaceae (subfamília de Fabaceae); NOMES COMUNS: espinheiro, esponja, aromita, esponjinha, arapiraca;   DESCRIÇÃO ALTURA: 4 a 7 metros; TRONCO: 15 a 35 centímetros; CASCA: quase lisa, lenticelada, marrom escuro; FLOR: amarela a laranja, perfumada; FRUTO: vagem, indeiscente, arqueado subcilíndrico, marrom-escuro;   BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: junho a setembro; FRUTOS MADUROS: outubro a janeiro; DISPERSÃO: autocórica e anemocórica; SEMENTE/KG: 11.500 unidades; GERMINAÇÃO: 40%; PRODUÇÃO DE MUDAS: após tratamento pré-germinativo, dispor as sementes em canteiros a pleno sol, com substrato arenoso, cobri-las com uma fina camada do substrato peneirado e irrigar 2 vezes ao dia; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 2 a 4 semanas; PLANTIO DEFINITIVO: m uda com 3 a 4 meses.   INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita e...

Queimadas que fazem cinza o nosso céu

  * Ecio Rodrigues Associar cores a temas importantes é uma estratégia empregada com sucesso para chamar a atenção e mobilizar a opinião pública. Quando é iluminado com lâmpadas coloridas, o belíssimo palácio do Congresso Nacional, em Brasília, se transforma em instrumento de sensibilização, alertando para temas como enfrentamento da homofobia (cores do arco-íris, último 28 de junho); prevenção do câncer de cabeça e pescoço (verde, em julho); ou, ainda, importância da amamentação (cor dourada, agora, em agosto). Essa estratégia bem que poderia ser empregada no Acre – quem sabe ajudaria a reverter os fracassos das ações governamentais para zerar as queimadas. Quando chega agosto, a população já espera pela fumaça maléfica que traz tantos transtornos e permanece durante todo o mês, adentrando setembro. As queimadas atingem o pico no feriado regional do dia 05 de setembro – oficialmente “Dia da Amazônia”, mas considerado, pelo produtor, o dia da queimada. Iluminar o Palácio ...

QUARI-QUARA-BOLIVIANA – Acacia polyphylla A. DC.

* Pamella K. C. do Nascimento   TAXONOMIA CLASSE: Magnoliopsida; ORDEM: Fabales; FAMÍLIA: Meliaceae (subfamília de Fabaceae); NOMES COMUNS: quari-quara-boliviana, maricá, monjoeiro, espinheiro-preto;   DESCRIÇÃO ALTURA: 15 a 20 metros; TRONCO: 40 a 60 centímetros; CASCA: lisa, desprende-se em placas, verde-escura a marrom-cinza; FLOR: creme a branca, perfumada; FRUTO: legume, achatado, marrom;   BIOLOGIA REPRODUTIVA FLORAÇÃO: dezembro a março; FRUTOS MADUROS: agosto a outubro; DISPERSÃO: autocórica e anemocórica; SEMENTE/KG: 9.600 unidades; GERMINAÇÃO: 90%; PRODUÇÃO DE MUDAS: dispor as sementes em canteiros semi-sombreados, com substrato organo-arenoso, cobri-las com uma leve camada do substrato peneirado e irrigar 2 vezes ao dia; EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS: 4 a 8 dias; PLANTIO DEFINITIVO: muda com 3 a 4 meses .   INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS E ETNOBOTÂNICA É uma espécie heliófita, semidecídua ou decídua e pioneira, que nas formações secundárias, sua ocorrência é bastante ex...

Produtores de reserva extrativista vão receber para não desmatar

* Ecio Rodrigues Acordo inédito firmado entre a associação de produtores da Reserva Extrativista do Rio Cautário e a empresa de investimentos em conservação florestal Permian Global vai lograr alcançar o que, para muitos, é impossível: zerar o desmatamento. Localizada em Rondônia, na fronteira com a Bolívia, essa unidade de conservação estadual se estende sobre o território dos municípios de Costa Marques e Guajará-mirim, integrando, juntamente com mais de 50 áreas protegidas, o Corredor Ecológico Binacional Iténez-Guaporé. Como ocorre em praticamente todas as reservas extrativistas da Amazônia, a Resex do Rio Cautário sofre pressão do desmatamento – tanto de fora para dentro da reserva quanto, o mais preocupante, de dentro para fora. Essa distinção entre as dinâmicas assumidas pelo desmatamento é fundamental, pois as medidas de combate são diferenciadas. Para proteger a reserva extrativista da destruição florestal que ocorre fora dela é necessário o cumprimento de ações de f...